11/10/2011

Acidentes com ônibus em São Paulo superam a média do ano passado


ADAMO BAZANI – CBN
Ônibus na Capital Paulista. Número de acidentes envolvendo ônibus municipais em São Paulo preocupa. A média diária de ocorrências entre janeiro e setembro de 2011 é de 4 acidentes, superior a todos os meses do ano passado, quando a média ficou em 3,8 casos. Isso porque vários acidentes, principalmente sem vítimas, sequer são registrados pelas empresas e cooperativas que, contrariando as obrigações da SPTrans, retiram os veículos dos locais. A média deste ano só pode ser inferior a todo o ano passado caso os acidentes sejam reduzidos drasticamente, o que não é a tendência. Cansaço e jornadas de trabalhos longas são considerados as principais causas e a capacitação profissional, a solução mais adequada. Foto: Adamo Bazani
Trânsito cada vez mais complicado que expõe as pessoas ao maior nível de estresse e desgaste físico, deixando-as mais tempo sujeitas aos riscos urbanos, necessidade de cumprir horários cada vez mais exigentes (o que é prejudicado pelo trânsito), jornadas de trabalho maiores e a impaciência das pessoas nas cidades.
A soma destes fatores tem um resultado perigoso: o aumento do número de acidentes envolvendo ônibus na Capital Paulista.
De acordo com dados da SPTrans (São Paulo Transpores) foram registrados só neste ano, de janeiro a setembro, 1100 acidentes envolvendo apenas ônibus municipais.
A média é de 4 acidentes com ônibus por dia neste período, já superior à média de 3,8 ocorrências no ano passado. Em todos os meses de 2010, foram registrados 1416 casos.
Isso se refere a ocorrências registradas. O número pode ser maior. O BLOG PONTO DE ÔNIBUS, em reportagem em março deste ano, revelou casos de pequenas colisões evolvendo ônibus em São Paulo que não foram registradas nem por polícia e nem pela SPTrans. Normalmente são penas ocorrências que deveriam ser comunicadas ao órgão gerenciador. Mas os funcionários de empresas e cooperativas retiram logo os veículos dos locais. Em alguns casos, são batidas de ônibus contra muretas, pontos e equipamentos públicos.
A média deste ano só vai ser reduzida e pode ser menor que 2010 caso haja uma queda drástica no número de acidentes por dia, mas a tendência não é essa.
À Bandnews, o presidente do sindicato que representa os motoristas e demais funcionários dos transportes, Nailton Francisco de Souza, este número alto de acidentes é ocasionado principalmente pelo cansaço dos condutores, o que provoca desatenção no trabalho.
TREINAMENTOS:
Nailton classificou como uma das alternativas para a redução dos acidentes, além de adequações na jornada de trabalho, com tempo maior de repouso durante o serviço, aplicação de cursos e treinamentos dedicados para motoristas profissionais.
As tecnologias de segurança e de operação dos ônibus aumentaram e muitos motoristas não sabem usar totalmente os novos equipamentos dos veículos, o que poderia reduzir também a estatística.
Os profissionais do setor de transportes coletivos são unânimes em apoiar a aplicação maior de treinamentos nas garagens.
Fábio Lucas atua na capacitação de motoristas há 12 anos.
Ele afirma que neste tempo muita coisa mudou no setor de transportes coletivos de passageiros. Além das evoluções tecnológicas, a sociedade também avançou. Os passageiros são ais críticos e exigentes, conhecedores de seus direitos.
“Hoje o motorista de ônibus não pode ser apenas uma pessoa que guia um veículo. Ele deve saber lidar com o ser humano e até com suas emoções. Quando o passageiro dá o sinal no ponto, o motorista não sabe se vai encontrar uma pessoa que está bem, mal, educada ou não o motorista deve estar preparado emocionalmente para tudo. Hoje um treinamento eficiente também prepara o lado psicológico do profissional” – disse Fábio Lucas ao BLOG PONTO DE ÔNIBUS.
“Hoje os ônibus são computadorizados e o se o motorista souber lidar com o equipamento, pode evitar problemas, acidentes e paradas desnecessárias” – complementa o instrutor que ainda diz que coisas simples, como o uso do cinto de segurança ainda precisam ser lembradas aos motoristas profissionais.
Simular situações de risco também é importante em treinamentos.
A SPTrans, que gerencia os transportes na cidade de São Paulo, afirmou que desde 2008 faz ações para evitar acidentes, como acompanhamento mais rigoroso da frota de ônibus municipal e as manutenções, realização de treinamentos e cursos para os profissionais e análise das ocorrências e dos possíveis motivos dos acidentes.
Se caso, no acidente, informou a SPTrans, for provado que houve responsabilidade do motorista ou que ele não tomou ações de direção preventiva, ele é encaminhado para realizar cursos de reciclagem.
Ainda segundo a SPTrans, 648 agentes da gerenciadora são responsáveis por fiscalizar diariamente as operações, condições dos ônibus e dos itens de segurança.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes

Governo de São Paulo diz que pode cassar contratos de empresas do ABC Paulista


A única região da Grande São Paulo cujas empresas operam com permissões precárias, contrariando a Constituição de 1988, é o ABC Paulista. Isso porque as empresas, alegando maiores custos e mudanças nos transportes da região, não participaram da licitação das linhas, que já foi tentada pela EMTU por 4 vezes desde 2006. Por não seguirem os padrões mais exigentes de um contrato de concessão, os serviços de ônibus intermunicipais do ABC Paulista não se modernizam: há linhas sobrepostas, que encarecem o sistema, falta de linhas em determinadas áreas e outras que perderam a importância e ônibus velhos e mal conservados. Foto: Adamo Bazani
O secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, afirmou nesta sexta-feira, dia 07 de outubro de 2011, que pode cassar a permissões de operação das empresas de ônibus intermunicipais que servem às cidades da área 5, correspondente ao ABC Paulista.
A região é a única de toda a Grande São Paulo cujas viações operam com permissões precárias, contrariando a Constituição de 1988, que determina que serviços de transportes sejam autorizados por licitação e realizados com contrato.
Desde 2006, foram quatro tentativas da EMTU – Empresa Metropolitana de Transportes para licitar as linhas, a maioria concedida entre os anos de 1970 e 1980, mas as empresas de ônibus locais não se apresentaram.
As outras quatro áreas operacionais da Região Metropolitana já foram licitadas nos mesmos moldes que a EMTU queria para o ABC.
A licitação resultou em organização das empresas em consórcios, renovação da frota, racionalização das linhas e fim de sobreposições de itinerários que encarecem o sistema.
Os empresários alegam que o ABC deve ser tratado de maneira diferente.
Para os donos de empresas de ônibus, alguns itens que formam os custos de operação nas cidades da região são dispendiosos, como os salários dos motoristas e cobradores.
Eles também reclamam que a licitação não leva em conta mudanças nos transportes da região, como o monotrilho que deve ligar São Bernardo do Campo à Estação de Trens e Metrô Tamanduateí e o Expresso ABC, uma linha rápida paralela à linha 10 Turquesa da CPTM (Rio Grande da Serra – Luz), que deve parar em menos estações e apresentar um tempo de percurso menor.
O Estado de São Paulo, de acordo com Jurandir Fernandes, deve fazer com as empresas de ônibus um termo e um contrato provisórios até 2016, quando termina a validade das concessões das outras áreas. A idéia é que neste ano, 2016, todas as linhas de ônibus intermunicipais da Grande São Paulo sejam licitadas da mesma forma, o que não ocorreu por conta do esvaziamento das empresas de ônibus.
Enquanto isso, os passageiros de ônibus intermunicipais do ABC Paulista, cerca de 600 mil pessoas por dia, enfrentam sérios problemas, como falta de linhas em algumas regiões e ligações que perderam a utilidade, demora nos pontos, superlotação e veículos velhos. A idade média da frota dos ônibus gerenciados pela EMTU é a alta de toda a Grande São Paulo, ultrapassando os 8 anos, quase a idade máxima, de 10 anos, de outras regiões, onde a idade média permitida é de 05 anos.
Além de desconforto, ônibus velhos podem representar falta de segurança para os passageiros. Isso depende da manutenção, o que a EMTU detectou em inspeções e ao elaborar o último IQT (Índice de Qualidade do Transporte) que é bastante falha.
INTEGRAÇÃO:
O Governo do Estado anunciou também que dentro de alguns meses será possível a integração física, mas não tarifária, entre ônibus intermunicipais do ABC, trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e Metrô.
A integração física vai permitir que o Bilhete de Ônibus Metropolitano, o Cartão BOM, seja usado para pagar o trem, o ônibus intermunicipal e alguns municipais, como em Rio Grande da Serra e em São Caetano do Sul, e o metrô, mas sem desconto de tarifa na mudança de um meio de transporte para o outro.
De acordo com Jurandir Fernandes, secretário estadual de Transportes Metropolitanos, a integração tarifária não depende apenas de tecnologia, como na física. Vai precisar de recursos para subsidiar a diferença de valor das integrações e isso depende de negociação (que deve ser longa e pouco amistosa) entre empresas operadoras, municípios e Governo do Estado.
Os testes do uso do Cartão BOM no metrô e nos trens da CPTM devem começar na estação Barra Funda e com o tempo serrem levados para outras estações.
Depois, 20 estações de maior movimento da CPTM devem receber a integração, entre elas Mauá e Santo André.
Em todas as estações da região, a estimativa é de uso do Bilhete BOM até junho de 2012.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN especializado em transportes.


Fonte: http://onibusbrasil.com/blog/2011/10/08/governo-de-sao-paulo-diz-que-pode-cacar-contratos-de-empresas-do-abc-paulista/

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